Vítimas latinas são invisíveis para a mídia internacional
por Vinicius Souza e Maria Eugênia Sá [ MediaQuatro ]
A Colômbia segue sendo o país com o maior número de novas vítimas de minas antipessoal no mundo. Outros 10 países no continente americano também têm problemas com esses artefatos. Contudo, essa realidade parece não existir para os noticiários internacionais. E mesmo nas publicações especializadas, poucas aparece uma imagem ou um artigo sobre a região. O resultado é que a opinião pública continua acreditando no estereótipo de que esse é um problema apenas da África, Oriente Médio e Sudeste Asiático
No último dia 21 de novembro, a Campanha Internacional pelo Banimento das Minas terrestres lançou o Landmine Monitor Report 2008,1 que traz a Colômbia ainda (desde 2005) como o país número um no mundo em novas vítimas de minas antipessoal. Vamos repetir a informação: NENHUM OUTRO PAÍS EM TODO O MUNDO TEM MAIS ACIDENTES COM MINAS TERRESTRES DO QUE A COLÔMBIA ATUALMENTE! A repetição se torna necessária porque a opinião pública internacional continua ignorando essa triste realidade. Talvez porque a mídia internacional, incluindo os veículos especializados, pouco a divulga.
Aurélio Clavijo seguia o pai e cachorro numa caçada para ajudar no almoço da família nas montanhas da Colômbia quando teve o pé arrancado pela explosão.
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Como jornalistas, fotógrafos, pesquisadores e documentaristas, temos participado de inúmeras palestras, seminários, exposições, fóruns, entrevistas e festivais de cinema por toda a América Latina desde 2004 denunciando essa situação e informando que além da Colômbia, 10 outros países no continente também possuem problemas com minas em seus territórios. Das milhares de pessoas que participaram conosco desses eventos, raríssimas, notadamente na Colômbia, não se espantaram com o dado. No Peru, Venezuela e México, por exemplo, apenas os representantes de entidades ligadas diretamente à ação contra as minas estavam cientes do problema.
No Brasil, conseguimos da diretoria de jornalismo da TV Brasil Canal Integración, que produz um noticiário diário sobre a América do Sul, o apoio para a finalização de nosso documentário América Minada2 porque nenhum deles já havia ouvido falar que nossos vizinhos andam sobre terreno minado. No prefácio de nosso livro homônimo, o renomado fotógrafo Tim Page, ele mesmo vítima de uma mina, atesta que América Minada “é a primeira luz sobre o assunto vinda da América Latina.” 3 Nem mesmo ele, que participa de ações do MAG - Mines Advisory Group no sudeste asiático e nos Balcãs há mais de 10 anos, tinha conhecimento da gravidade da situação em nosso continente. Como um fato tão alarmante pode ter ficado fora da mídia mundial por tanto tempo? E quais as consequências disso para a população das regiões afetadas?
A Grande Mídia
Tradicionalmente, a questão das minas na África, Ásia e Oriente Médio sempre teve um destaque maior na mídia, o que é retroalimentado pela ação de celebridades e pela indústria do entretenimento. A Princesa Diana jamais visitou os mutilados por minas na Nicarágua. Angelina Jolie não procurou orfãos para adotar entre os familiares de vítimas no Peru. E nem um centavo do dinheiro arrecadado em 2007 com a venda pela No More Landmines de 20 mil pares de sapatos de artistas como Elton John, Ewan McGregor, Daniel Radcliffe e Robin Williams5 ajudou os milhares de acidentados anualmente na Colômbia. Como causa e/ou consequência disso, mesmo quando o cinema mostra o tema em países sem um “histórico tradicional” de minas, a opção é a Europa, com obras como Terra de Ninguém6 na Bósnia e Amor Sem Fronteiras7 na Tchetchênia.
Novamente como causa e/ou consequência disso, é importante ressaltar a diferença entre os valores investidos pelos países doadores em nações que sofrem historicamente com a problemática das minas, como Afeganistão, Camboja, Líbano e territórios na África, em relação ao dispêndio financeiro em países latino-americanos, em especial a Colômbia. Apesar de contabilizar oficialmente 1.110 novas vítimas de minas e ERW8 em 2005,9 1,106 em 200610 e 895 em 2007,11 a Colômbia figura apenas em 10º lugar entre os destinos de doações de fundos para atividades anti-minas em 2007, com um total de US$ 8,8 milhões12. A título de comparação, o Camboja, com 352 vítimas listadas em 2007, recebeu US$ 30,8 milhões para ações contra minas naquele ano. A situação, contudo, é um pouco melhor do que em 2006, quando a Colômbia estava em 18º lugar no ranking de investimento, com US$ 4,3 milhões, abaixo até mesmo da Nicarágua, que naquele ano registrou apenas sete vítimas e recebeu US$ 5,7 milhões.13
Não é só na Colômbia que as minas ferem e matam civis inocentes na América Latina. Freddy Mendonza pastoreava suas ovelhas próximo a uma torre de energia nas montanhas do Peru quando pegou um objeto que pensava ser um rádio.
Sintomaticamente, isso ocorre também em relação à presença de imagens de vítimas latino-americanas e especialmente colombianas, tanto nas publicações especializadas como nos jornais e revistas de conteúdo geral. No Brasil, por exemplo, com exceção de nossos artigos publicados em veículos como Folha de S.Paulo14 e Rolling Stone nos últimos anos apenas o jornal O Globo16 publicou um bom artigo de capa ilustrado com oito excelentes fotos de vítimas na edição de 11 de novembro de 2007 (dia do lançamento do LM 2007) em sua revista dominical. O destaque, contudo, não repercutiu em qualquer matéria na TV Globo, a maior e mais importante rede de televisão do país. Mesmo na imprensa colombiana, poucas são as publicações com reportagens profundas sobre o tema. Paradoxalmente, assim como a fez a edição brasileira da Rolling Stone (uma revista focada em música e cultura pop e que teoricamente não se interessaria pelo tema), a melhor série de artigos com imagens tocantes das vítimas de minas que encontramos na Colômbia foi publicada na edição número 98 da revista masculina Soho.17
Mídia especializada
Nas publicações especializadas não é diferente. Nas edições do Executive Summary do Landmine Monitor Report, publicadas desde 1999 por iniciativa da ICBL18 sempre com fotos de vítimas de minas nas capas, em apenas duas ocasiões os retratados foram latino-americanos. Em sua primeira edição19 como não podia deixar de ser, a capa trazia imagens de um menino cambojano, Chorb Bun Heng, fotografado por Nic Dunlop quatro anos antes, em 1995. Nas fotos internas destacam-se as imagens de vítimas africanas e asiáticas, apesar da edição já trazer a informação de que a Colômbia era então o único país das Américas onde ainda se plantava minas e a ter o maior problema no continente, junto com a Nicarágua. Somente no ano seguinte20 a publicação traria as primeiras imagens da Colômbia, a foto de uma “quiebrapatas” na página 20 e de uma vítima no departamento de Bolívar na página 23, ambas tiradas pela ativista Luz Piedad Herrera, então na Unicef e que mais tarde seria diretora do Observatório de Minas da Vice-Presidência da República. O relatório de 2000 traz ainda pela primeira vez no Executive Summary a publicação o número de vítimas oficiais no país em 1999-2000: 98.21 Longe, portanto, das mais de mil pessoas vitimadas no Camboja22 mas já bem acima das cerca de 50 vítimas estimadas então pela Cruz Vermelha nicaraguense.23
Por causa do conflito interno sem perspectivas de fim e a melhor capacidade do exército colombiano em contar suas baixas, os recrutas como Jairo Lopez ainda são a maior parte das vítimas registradas.
Em 2001 o Landmine Monitor Report24 tem uma das mais belas imagens de toda a série na capa: a foto em tons de sépia de um menino agachado ocupando o lugar do membro mutilado entre a perna sã de um adulto e sua muleta, com outra vítima em uma cadeira de rodas em segundo plano. O rosto arredondado e os olhos levemente puxados da criança, além da inscrição em espanhol na camiseta da pessoa ao fundo em que se lê “alguién mi ama, San Salvador”, sugerem que a foto pode ter sido tirada em El Salvador. Porém a edição em PDF disponível no site da ICBL para download infelizmente não traz mais informações do que o crédito para a fotógrafa Corinne Dufka, de modo que não pudemos confirmar a nacionalidade das vítimas. De acordo com o relatório, no entanto, não era possível quantificar oficialmente o número de vítimas entre 2000 e 2001 naquele país, sendo que a estimativa mais pessimista dava conta de 25 pessoas atingidas.25
Nas páginas internas do Executive Summary, temos de imagens latino-americanas apenas uma foto de destruição de minas na Argentina, uma de doações de próteses usadas e uma de fabricação de próteses, ambas na Nicarágua. Há uma única foto de vítima no continente, de autoria do fotógrafo Stephen Petegorsky na página 34, mostrando o sobrevivente Marlon Sirias e seu filho tirada em janeiro de 2000. Dessa data até a junho de 2001, foram reportadas 23 vítimas na Nicarágua,26 enquanto que a Colômbia já registrava oficialmente no mesmo período mais de 200 vítimas,27 sem no entanto ter qualquer imagem que refletisse o problema nas páginas do relatório.
Nas edições seguintes do Landmine Monitor, esse padrão persiste. Apesar do constante aumento nas baixas por minas nas Américas (e de páginas no relatório), as fotos da região são quase sempre de assinaturas de tratados, campos identificados, trabalho de desminagem e destruições de estoques de minas. E invariavelmente no miolo do relatório. As capas são destinadas a vítimas na África (Angola 2002 e 2005), Ásia (Índia 2003 e Camboja 2006), Leste Europeu (Tchetchênia 2004). As primeiras fotos de vítimas colombianas, de autoria dos ativistas Magali Ortiz e Camilo Solano, ambos da Campaña Colombiana ContraMinas – CCCM, irão surgir somente nas páginas 55 e 56 do Landmine Monitor Report Executive Summary 200528 Foi nesse ano que o país tomou a ponta no ranking mundial de vítimas de minas, com 1.373 pessoas atingidas entre janeiro de 2004 e agosto de 200530 Na edição do ano seguinte, estava claro que ninguém tiraria tão cedo o lugar da Colômbia, mesmo assim o relatório optou por novamente retratar uma vítima cambojana na capa,31 a estudante Phoas Yek, e a única imagem de latino-americanos, de autoria do fotógrafo Cameron Macauley do Landmine Survivors Network, mostrava na página 7 um jogo de futebol entre mutilados salvadorenhos.
Somente na edição de 2007 uma vítima colombiana, Fransiney Chaux Grisalez, coordenador da CCCM em Caquetá, ganharia uma capa do LM pelas lentes de Camilo Solano32 Na mesma edição, apareceriam outras duas fotos de vítimas colombianas nas páginas 34 e 43 (essa com apenas 4cm X 2,5cm) e uma nicaraguense na página 45. Na edição mais recente, contudo, lançada em 21 de novembro de 200833 a imagem de capa é a de um sapador atuando bem longe da América Latina, de autoria do fotógrafo Joseph Wenkoff. Nas páginas internas do Executive Summary aparecem apenas três fotos de vítimas de minas nas Américas: dois salvadorenhos (na mesma foto, novamente de um jogo de futebol entre mutilados), um único colombiano e uma pessoa cuja nacionalidade não foi informada na legenda. Isso num ano em que se registrou acidentes com minas em seis países do continente: Chile, Colômbia, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Peru. Para termos de comparação, sete fotos de vítimas asiáticas aparecem na publicação, sendo que em quatro delas são mostrados cambojanos acidentados.
O Journal of ERW and Mine Action
Infelizmente, o mesmo vem ocorrendo também neste Journal of ERW & Mine Action. A primeira foto de América Latina na publicação (em sua terceira edição, de número 2.2, ainda como Journal of Humanitarian Demining, de junho de 1998) mostra uma explosão controlada nas Ilhas Malvinas, ou Falklands, no artigo Demining: Enhancing the Process, de autoria do Major Colin King.34 Imagens de vítimas latino-americanas, contudo, somente iriam aparecer bem mais tarde, na edição 5.2 de agosto de 2001 e totalmente dedicada ao tema nas Américas do Sul e Central. Esta também é a primeira vez que a situação na Colômbia é melhor apresentada, no artigo UNICEF in Latin America, de Mary Ruberry.35(e mas à frente no perfil do problema no país)36 Entretanto, as duas únicas imagens do texto de Ruberry trazem uma atividade de conscientização sobre minas em El Salvador e uma vítima de mina na Nicarágua.
As fotos de vítimas latino-americanas só irão ter um destaque maior, ainda na edição 5.2, no artigo Victim Assistance in Central America: A Regional Effort 37 do pesquisador Juan Carlos Ruan. As imagens realizadas por profissionais, creditadas somente como “c/o AP”, trazem sempre uma pequena legenda descrevendo o que se vê e deste modo ajudam a entender melhor a situação vivida por essas pessoas. Um bom exemplo é a que mostra um antigo guerrilheiro vítima de mina, Salvador Santamaria Rivera, ajudando a ajustar uma prótese no cotoco de outro veterano de guerra, atingido por uma mina M-16. Infelizmente a legenda não diz em que país vivem os dois. Outra foto semelhante a esta na mesma edição do JMA, também creditada à Associated Press, é a publicada no artigo Victim Assistance in Central America: IGOs, NGOs and Governments Team Up.38 Nela vemos mais um ex-guerrilheiro e vítima de mina, Manuel de Jesus Orellana, trabalhando em um centro ortopédico na fabricação de próteses infantis em El Salvador. Temos ainda nessa edição uma interessante foto da AP mostrando dez ex-soldados feridos durante a guerra na Guatemala sentados na praça central da capital do país, no artigo Helping Guatemala: Organization of American States, Unit for the Promotion of Democracy, Mine Action Program in Central America (AIMCA).39 Como se vê, mesmo numa edição focada no Continente, não há qualquer imagem de vítimas ou mesmo de atividades anti-minas na Colômbia. E nas edições seguintes do JMA, a fotos de América Latina são extremamente raras.
Um sobrevivente latino-americano de mina antipessoal somente iria marcar presença em uma capa do JMA em sua edição 8.240 de novembro de 2004, novamente dedicada integralmente às Américas. Apesar da Colômbia já registrar oficialmente até setembro daquele ano 421 novas vítmas de minas,41 o foco das imagens continuava sendo a América Central, com fotos tiradas em geral pelos próprios autores dos textos e não por fotógrafos profissionais. A talvez única exceção seja a fotografia que ilustra o excelente artigo Colombia: Mine Action and Armed Conflict42 do Head of Socio-Economic Unit, GICHD, Eric Filippino. Desafortunadamente, além de não aparecer o crédito do fotógrafo, não fica claro pela legenda se os mortos que se encontram no chão foram ou não vítimas de minas terrestres, apesar do soldado que passa por cima dos corpos segurar um detector de metais.
A próxima edição seria a de número 9.1 de agosto de 2005, que possui talvez a melhor de todas as imagens de capa com sobrevivente de mina antipessoal de toda a coleção do JMA, de autoria do fotógrafo armênio German Avagyan, retratando com delicadeza a pequena Armine Yeghiazaryan. As únicas vítimas latino-americanas na edição de verão do ano em que a Colômbia assume o topo da lista de países com maior número de acidentes com minas no mundo são também, paradoxalmente, nicaraguenses43 De janeiro a agosto daquele ano, foram registrados oficialmente pelo Observatório de Minas da Vice-Presidência da Colômbia44 F510 pessoas feridas ou mortas por minas e ERW, enquanto que na Nicarágua, até agosto, houve um único incidente com mina ferindo um trabalhador de desminagem.45 Nos números seguintes, até a edição 11.1, apenas oito imagens de pessoas feridas por minas na América Latina apareceriam no JMA, incluindo três fotos de nossa autoria tiradas na Colômbia46 e uma no Peru.47
Conclusão
Enquanto na maior parte do mundo, inclusive na América Central, o problema das minas antipessoal tende a diminuir ou se estabilizar, até mesmo devido à estigmatização dessas armas desde a abertura para assinaturas do Tratado de Ottawa, na América do Sul e especialmente na Colômbia ele ainda é uma ameaça muito real para milhões de pessoas. Entretanto, se a mídia (geral e especializada) continuar dando pouca visibilidade a essa questão, as vítimas continuarão sendo ignoradas pelo grande público e será cada vez mais difícil obter as verbas necessárias para seu atendimento, assim como para outras ações anti-minas. No momento em que a atenção pública se volta para o problema-irmão das bombas e munições cluster, o grande perigo é as vítimas latino-americanas das antiguadas minas antipessoal ficarem ainda menos visíveis aos olhos do mundo…
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Biography
Vinicius Souza and Maria Eugênia Sá are journalists, photographers and documentarians who have been working on media projects concerning the landmine situation since 2002. These projects include articles in general media, photographic exhibitions, books and video documentaries, including articles published in the magazines Folha de S.Paulo and Rolling Stone Brazil on landmines. They have already published two books highlighting mine action in Africa and the Americas—Angola–The Hope of a People (Casa Amarela, 2004) and Mined America (Editora Photos, 2007). They have also produced a video-documentary (Mined America), which has been selected for nine international film festivals in Europe and the Americas. They plan to continue their documentary work in Central America in hopes of displaying the lessons learned there for the South American countries that are still dealing with landmines.
Endnotes
- For an online copy of the 2008 Landmine Monitor Report 2008, New York: International Campaign to Band Landmines. http://www.icbl.org/lm/2008.
- For more information about the video documentary, Mined America, please visit: http://mediaquatro.sites.uol.com.br/minas-video-eng.html Accessed 30 January 2009.
- For more information about the book, Mined America, please visit: http://mediaquatro.sites.uol.com.br/minas-livro-eng.html". Accessed 30 January 2009.
- For more information about Mine Advisory Group, please visit: http://www.maginternational.org/
- “Celebrities Go Beyond.” No More Landmines. Accessed 30 January 2008. http://www.landmines.org.uk/news.php?newsID=41. Accessed 30 January 2009
- For more information about the film, No Man’s Land, please visit: http://www.unitedartists.com/nomansland/. Accessed 30 January 2009.
- For more information about the film, Beyond Borders, please visit: http://www.imdb.com/title/tt0294357/. Accessed 30 January 2009.
- Editor's Note: Some organizations consider mines and ERW to be two separate entities, since they are regulated by different legal documents (the former by the Ottawa Convention and Amended Protocol II of the Convention on Certain Conventional Weapons, the latter by CCW Protocol V). However, since mines are explosive devices that have similar effects to other ERW and it is often impossible to separate the two during clearance operations, some in the community have adopted a "working definition" (as opposed to a legal one) of ERW in which it is a blanket term that includes mines, UXO, abandoned explosive ordnance and other explosive devices.
- “Colombia.” Landmine Monitor Report 2006: Towards a Mine-Free World. New York: International Campaign to Ban Landmines. For an online version of this article, please visit: http://www.icbl.org/lm/2006/colombia.html.
- “Colombia. ” Landmine Monitor Report 2007: Towards a Mine-Free World. New York: International Campaign to Ban Landmines. For an online version of this article, please visit: http://www.icbl.org/lm/2007/colombia.html.
- “Colombia.” Landmine Monitor Report 2008: Towards a Mine-Free World. New York: International Campaign to Ban Landmines. For an online version of this article, please visit: http://www.icbl.org/lm/2008/colombia.html.
- 2008 Landmine Monitor Executive Summary, pg 61. This information can also be accessed online at: http://www.icbl.org/lm/2008/es/support_for_mine_action.html#Global_Mine_Action_Funding.
- “Nicaragua.” Landmine Monitor Report 2007: Towards a Mine-Free World. New York: International Campaign to Ban Landmines. For an online version of this article, please visit: http://www.icbl.org/lm/2007/nicaragua.html.
- For a copy of the article, go to: http://mediaquatro.sites.uol.com.br/minas-folha.html. This English version of this article can be found at: http://www.worldpress.org/Americas/2271.cfm.
- To view this Rolling Stone article online, please visit: http://www.rollingstone.com.br/edicoes/16/textos/1573/. Accessed 30 January 2009.
- Unfortunately, this article is not available online. For more information about the O Globo newspaper, please visit: http://oglobo.globo.com/.
- For an online copy of this edition of Soho, please visit: http://www.soho.com.co/wf_InfoSumario.aspx?IdEdi=98. Accessed 30 January 2009.
- For more information concerning the International Campaign to Ban Landmines, please visit their Web site at: http://www.icbl.org/.
- For an online copy of the 1999 Landmine Monitor Report, please visit: http://www.icbl.org/lm/1999.
- For an online copy of the 2000 Landmine Monitor Report, please visit: http://www.icbl.org/lm/2000/.
- “Colombia.” Landmine Monitor Report 2000: Towards a Mine-Free World. New York: International Campaign to Ban Landmines. For an online version of this article, please visit: http://www.icbl.org/lm/2000/colombia.html.
- “Cambodia.” Landmine Monitor Report 2000: Towards a Mine-Free World. New York: International Campaign to Ban Landmines. For an online version of this article, please visit: http://www.icbl.org/lm/2000/cambodia.html.
- “Nicaragua.” Landmine Monitor Report 2000: Towards a Mine-Free World. New York: International Campaign to Ban Landmines. For an online version of this article, please visit: http://www.icbl.org/lm/2000/nicaragua.html.
- For an online copy of the 2001 Landmine Monitor Report, please visit: http://www.icbl.org/lm/2001/.
- “El Salvador.” Landmine Monitor Report 2001: Towards a Mine-Free World. New York: International Campaign to Ban Landmines. For an online version of this article, please visit: http://www.icbl.org/lm/2001/el_salvador.html.
- “Nicaragua.” Landmine Monitor Report 2001: Towards a Mine-Free World. New York: International Campaign to Ban Landmines. For an online version of this article, please visit: http://www.icbl.org/lm/2001/nicaragua.html.
- “Colombia.” Landmine Monitor Report 2001: Towards a Mine-Free World. New York: International Campaign to Ban Landmines. For an online version of this article, please visit: http://www.icbl.org/lm/2001/colombia.html.
- For more information on the Colombian Campaign Against Mines, please visit: http://www.colombiasinminas.org/." Accessed 30 January 2009.
- For an online copy of the 2005 Landmine Monitor Report, please visit: http://www.icbl.org/lm/2005/.
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- For an online copy of the 2006 Landmine Monitor Report, please visit: http://www.icbl.org/lm/2006/.
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- “Understanding the Ottawa Convention’s Obligations to Landmine Victims.” Kerry Brinkert. The Journal of Mine Action. Issue 10.1, August 2006. Mine Action Information Center. James Madison University. For an online version of this article please visit: http://maic.jmu.edu/journal/10.1/notes/brinkert/brinkert.htm. Accessed 30 January 2009.
- “Finally, Safe Demining.” Vinicius Souza and Maria Eugênia Sá. The Journal of Mine Action. Issue 10.2, Winter 2006. Mine Action Information Center. James Madison University. For an online version of this article please visit: http://maic.jmu.edu/journal/10.2/mip/souza/souza.htm. Accessed 30 January 2009.
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